foram se trocando sobre os muros
mais que desigualdades, semelhanças,
que aos poucos dois são um, sem que no entanto
deixem de ser plurais:
talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
o filho que se faz, uma árvore plantada,
o tempo gotejando do telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
o pó de um cotidiano desencanto.
Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
que uma em outra pode se trocar,
sem que alguém de fora o percebesse nunca.
2 comments:
Lya Luft é daquelas escritoras que nos faz parar um pouco e pensar sobre determinadas situações.
Gosto dela. Já li alguns livros.
E estas palavras postadas por você demonstra o quanto ela é concisa, sutil para para nos colocar frente a frente com a reflexão.
Abraço!
O comentário que aparece como anônimo foi postado por Ronperlim.
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