Friday, August 27, 2010

(Re)início

Uai, é a mesma coisa... rs.
"Quando eu era pequeno lá em Minas, depois da janta, era bonito ver os campos de capim gordura ao longe, tapetes de veludo cor-de-rosa iluminados pelo sol que se punha. Na frente da casa havia um pastinho cujo capim os cavalos que por ali andavam soltos durante o dia mantinham sempre rente e bem podado. Meu pai punha uma cadeira de vime na porta, acendia o cachimbo e os homens da vizinhança se aproximavam, se acomodavam de cócoras no capim, alguns com as nádegas apoiadas no calcanhar da botina. Era a hora de um papo furado sem fim. O corpo e a alma estavam tranquilos. Não havia medo. Mal algum poderia acontecer."

(Rubem Alves - Concertos para o Corpo e Alma)

A visão do capim gordura, que mais parecia um veludo cobrindo a encosta dos morros, era uma festa para os olhos. Ainda menina, ficava admirando as ondas que o vento fazia. Era bom se perder naquele movimento. Sentia paz.
Esse blog foi criado para resgatar as lembranças da menina que vivia nas montanhas, num tempo em que não haviam medos, além daqueles criados pelas lendas que os mais velhos contavam. A menina cresceu e é feliz, seus olhos agora observam outras montanhas, mas seu coração ainda se aquece ao recordar aqueles momentos.
Também para registrar seus momentos e sentimentos, já adulta. E, por que não, guardar as flores, espinhos, poesias e conhecimentos que vai colhendo pelo caminho.

Vuelvo

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Demorou, mas... vuelvo.

Os três últimos desejos de Alexandre, o Grande.

Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus três últimos desejos:
1 - que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2 - que fossem espalhados no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...); e
3 - que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões.

Alexandre explicou:
1 - Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;
2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.