Tuesday, May 06, 2008

Pausa

De vez en cuando hay que hacer
una pausa
contemplarse a sí mismo
sin la fruición cotidiana
examinar el pasado
rubro por rubro
etapa por etapa
baldosa por baldosa
y no llorarse las mentiras
sino cantarse las verdades.

Mario Benedetti
Poesia e imagens garimpadas no www.flickr.com. Perfeitas para o momento.

Friday, April 04, 2008

Beber a vida num trago, e nesse trago
Todas as sensações que a vida dá
Em todas as suas formas [...]
(Fernando Pessoa)

A foto foi tirada do alto da Ibituruna, na minha terrinha. Garimpada no orkut.

Por você, faria isso mil vezes.

"- Quanto tempo demora? - perguntou ele.
- Não sei. Um pouco.
Sohrab deu de ombros e voltou a sorrir, desta vez era um sorriso mais largo.
- Não tem importância. Posso esperar. É que nem maçã ácida.
- Maçã ácida?
- Um dia, quando eu era bem pequenininho mesmo, trepei em uma árvore e comi uma daquelas maçãs verdes, ácidas. Minha barriga inchou e ficou dura feito um tambor. Doeu à beça. A mãe disse que, se eu tivesse esperado as maçãs amadurecerem, não teria ficado doente. Agora, quando quero alguma coisa de verdade tento lembrar do que ela disse sobre as maçãs."

O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini

Hum, a mesnagem é linda, mas a prática... :D

Friday, February 22, 2008

Fiozinho D'Água


Um fiozinho d' água
Desviou de um riacho
Veio vindo serra abaixo
E passou no meu pomar,
Encontrou uma pedra
Ficou sua companheira
Brincaram de cachoeira
E aqui ficaram pra morar,
E hoje da janela
Eu contemplo a cachoeirinha
Que ficou minha vizinha
Desde que a vi nascer
Seu murmúrio doce
É um verdadeiro canto
É quem me serve de acalanto
Para eu adormecer
(João Pacífico)

Tuesday, February 19, 2008

Tão Sutilmente

Tão sutilmente em tantos breves anos
foram se trocando sobre os muros
mais que desigualdades, semelhanças,
que aos poucos dois são um, sem que no entanto
deixem de ser plurais:
talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
o filho que se faz, uma árvore plantada,
o tempo gotejando do telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
o pó de um cotidiano desencanto.
Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
que uma em outra pode se trocar,
sem que alguém de fora o percebesse nunca.