tag:blogger.com,1999:blog-295996632024-03-20T22:26:00.804-07:00A menina e as montanhasKarinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.comBlogger10125tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-74277963049519933252010-10-06T11:09:00.000-07:002010-10-06T12:15:17.134-07:00Onde você guarda seus olhos?<div><div><div><div>Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". </div><div>Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. </div><div>"Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles...Tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral da catedral gótica."<br />Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. </div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWJFfclDuhUgoDcuHm28T6GZrMsb_7Tm2QRscSrPpR1ek127IsNkxjq2Ct-E8Y8Ytd72hipXpkCOj9fzYKmxaiftfiwx76fI0vHJm9GbzmqPsxPQWv2oH4OmRYwlRHsrzmIVxHOQ/s1600/DSC00044.JPG"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 200px; FLOAT: right; HEIGHT: 150px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5525012382052381314" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWJFfclDuhUgoDcuHm28T6GZrMsb_7Tm2QRscSrPpR1ek127IsNkxjq2Ct-E8Y8Ytd72hipXpkCOj9fzYKmxaiftfiwx76fI0vHJm9GbzmqPsxPQWv2oH4OmRYwlRHsrzmIVxHOQ/s200/DSC00044.JPG" /></a><br /><div>Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: </div><div>"Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. <strong>Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver</strong>".<br />Ver é muito complicado. </div><div>Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.<br />William Blake sabia disso e afirmou: </div><div><strong>"A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". </strong></div><div>Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.<br />Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". </div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcCx1aZ2cle3daRU4w8iqdQczfKyeLYM_vwAjcvJdAemenedkByYa4tN9tP5lC2hEmeyHaHgDRfxJ6fzrPPGBIm9Em8oHBTt3cPv8j-9phTdlW-XNRN8Z9qTOtIFPNbjGGu3gP0w/s1600/pedras_naturais.gif"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 200px; FLOAT: left; HEIGHT: 150px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5525008433851757842" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcCx1aZ2cle3daRU4w8iqdQczfKyeLYM_vwAjcvJdAemenedkByYa4tN9tP5lC2hEmeyHaHgDRfxJ6fzrPPGBIm9Em8oHBTt3cPv8j-9phTdlW-XNRN8Z9qTOtIFPNbjGGu3gP0w/s200/pedras_naturais.gif" /></a><br /><div>Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.<br />Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. </div><br /><br /><div>O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. </div><div>Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. </div><div>O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". </div><div>Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".<br />Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram".<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaIsWJTAax9OFisAa-w2x7FnwOLOkYI_REje0XHlo7zA6lviKpi3VLRh52ujChUwO9hcMqPZK5S7EnloGENVQdxIbbQLHtlhyphenhyphen4y7aW7Ynzuidi04W84x36vf2Lp7d_XbZv12ERNg/s1600/9320margaridas.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 200px; FLOAT: right; HEIGHT: 150px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5525011514990777090" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaIsWJTAax9OFisAa-w2x7FnwOLOkYI_REje0XHlo7zA6lviKpi3VLRh52ujChUwO9hcMqPZK5S7EnloGENVQdxIbbQLHtlhyphenhyphen4y7aW7Ynzuidi04W84x36vf2Lp7d_XbZv12ERNg/s200/9320margaridas.jpg" /></a></div><div>Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa _garrafa, prato, facão_ era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".<br /><strong>A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados.</strong> Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas _e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... </div><div>Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.<br />Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. </div><div>Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".<br />Por isso _porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver_ eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...</div></div></div></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-70870257489607926552010-09-14T11:10:00.000-07:002010-09-14T11:20:55.099-07:00Tentar<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_iRHA4nmkLJAYWvmfhLBFhbdX-Z5r0AOZ9q-Vfx9ZcvwVcTlDYJYTzBElkFgrBZaW67k2Qs2vt9y-vwa5Zwsvkr2twZQ_8dO25ld_xeAgtAvRXrt3V8hYHzwE9uerzm72rMj-3g/s1600/images.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 225px; DISPLAY: block; HEIGHT: 225px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5516835182405180274" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_iRHA4nmkLJAYWvmfhLBFhbdX-Z5r0AOZ9q-Vfx9ZcvwVcTlDYJYTzBElkFgrBZaW67k2Qs2vt9y-vwa5Zwsvkr2twZQ_8dO25ld_xeAgtAvRXrt3V8hYHzwE9uerzm72rMj-3g/s320/images.jpg" /></a><br /><div align="center"></div><div align="center">Tento fazer do pouco aparente, realidade suficiente<br />Para sobreviver à necessidade do obsoleto<br /><br />Tento não ser tão crítico<br />Para não esquecer-me de quem sou quando o criticado for eu<br /><br /><strong>Tento imaginar-me melhor e mais puro a partir de agora<br />Para que neste próximo segundo, meu agora seja mais feliz e mais sóbrio<br /></strong><br /><strong>Tento respeitar a ordem das coisas e dos outros<br />Para não ficar tentando entender o que não é de minha ordem<br /><br />Tento não convencer o mundo a ceder às minhas verdades<br />O mundo muda, eu mudo e minhas verdades mudarão</strong><br /><br /><strong>Tento viver sem preocupar-me com a morte<br />Uma parte de mim nasce e outra morre a cada segundo, e isso é viver<br /></strong><br />Agir com amor é a tentativa mais capaz e jamais se restringe ao “quase”<br />Porque a intenção amorosa é uma vitória e, neste caso, tentar é conseguir</div><br /><div align="center"></div><br /><div align="center">Victor Chaves da dupla Victor e Leo</div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-52092442249125465502010-08-27T12:27:00.000-07:002010-08-27T12:36:57.519-07:00(Re)início<span style="font-family:verdana;">Uai, é a mesma coisa... rs.</span><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8s6weMr9V4emRDG4d5Wp7e0i7rpH2KLXgDZIFCpjURqwK8Sb9vNAPqMllN4yGQScGwdeIxl5Sg9hkUimnfbhpAM0pgHEf1a5wuug6Oy_UEuEfbqlMXHC7D_zmduoiBIUFKOx7Fw/s1600/capim+gordura.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510174715818693906" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8s6weMr9V4emRDG4d5Wp7e0i7rpH2KLXgDZIFCpjURqwK8Sb9vNAPqMllN4yGQScGwdeIxl5Sg9hkUimnfbhpAM0pgHEf1a5wuug6Oy_UEuEfbqlMXHC7D_zmduoiBIUFKOx7Fw/s400/capim+gordura.jpg" /></a> <span style="font-family:verdana;"><strong>"Quando eu era pequeno lá em Minas, depois da janta, era bonito ver os campos de capim gordura ao longe, tapetes de veludo cor-de-rosa iluminados pelo sol que se punha. Na frente da casa havia um pastinho cujo capim os cavalos que por ali andavam soltos durante o dia mantinham sempre rente e bem podado. Meu pai punha uma cadeira de vime na porta, acendia o cachimbo e os homens da vizinhança se aproximavam, se acomodavam de cócoras no capim, alguns com as nádegas apoiadas no calcanhar da botina. Era a hora de um papo furado sem fim. O corpo e a alma estavam tranquilos. Não havia medo. Mal algum poderia acontecer."<br /><br />(Rubem Alves - Concertos para o Corpo e Alma)<br /></strong><br />A visão do capim gordura, que mais parecia um veludo cobrindo a encosta dos morros, era uma festa para os olhos. Ainda menina, ficava admirando as ondas que o vento fazia. Era bom se perder naquele movimento. Sentia paz.<br />Esse blog foi criado para resgatar as lembranças da menina que vivia nas montanhas, num tempo em que não haviam medos, além daqueles criados pelas lendas que os mais velhos contavam. A menina cresceu e é feliz, seus olhos agora observam outras montanhas, mas seu coração ainda se aquece ao recordar aqueles momentos.<br />Também para registrar seus momentos e sentimentos, já adulta. E, por que não, guardar as flores, espinhos, poesias e conhecimentos que vai colhendo pelo caminho.</span>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-67398068872252898222010-08-27T12:22:00.001-07:002010-08-27T12:36:00.751-07:00Vuelvo<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaXbMoANnLy3ZAzNOU6zHHE-YGQ53PNuSXzbDPdrvq634ehgDWEgnCRd9Zqifb08kAH_If0kbn49z55kRh0mI-cDDKPDlefblTkQ4-MYZRDF45DugceSG38WMZ-2Thx9x9h7DfSQ/s1600/Vuelvo.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510172598262999778" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaXbMoANnLy3ZAzNOU6zHHE-YGQ53PNuSXzbDPdrvq634ehgDWEgnCRd9Zqifb08kAH_If0kbn49z55kRh0mI-cDDKPDlefblTkQ4-MYZRDF45DugceSG38WMZ-2Thx9x9h7DfSQ/s400/Vuelvo.jpg" /></a> <span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><strong>Clique para ampliar</strong></span></span></div><span style="font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"></span><div align="left"><br /></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Demorou, mas... vuelvo.</span></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-52216403036738598102010-08-27T11:37:00.000-07:002010-08-27T12:41:01.467-07:00Os três últimos desejos de Alexandre, o Grande.Quando à beira da morte, Alexandre convocou os seus generais e relatou seus três últimos desejos:<br />1 - que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época; <br />2 - que fossem espalhados no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...); e <br />3 - que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos. <br /><br />Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões.<br /><br />Alexandre explicou: <br />1 - Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;<br />2 - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;<br />3 - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-52065199018864056792008-05-06T10:53:00.001-07:002008-05-06T10:56:26.777-07:00Pausa<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzrhGmeUawpYa3tYOaUWSJNf4VWrhGccaWc057tX-BJlibxBFuyEt2UT6pRK2sGPPji041lKU13nJ6gfTlgUSLWsi8q7hghNVEPDYOA-at0mVUoFUn3ELhRiR7PGFThIa7CmUrSw/s1600-h/barcos+Any+Manetta.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5197324659183788834" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzrhGmeUawpYa3tYOaUWSJNf4VWrhGccaWc057tX-BJlibxBFuyEt2UT6pRK2sGPPji041lKU13nJ6gfTlgUSLWsi8q7hghNVEPDYOA-at0mVUoFUn3ELhRiR7PGFThIa7CmUrSw/s400/barcos+Any+Manetta.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>De vez en cuando hay que hacer</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>una pausa</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong></strong></span> </div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>contemplarse a sí mismo</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>sin la fruición cotidiana</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong></strong></span> </div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>examinar el pasado</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>rubro por rubro</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>etapa por etapa</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>baldosa por baldosa</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong></strong></span> </div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>y no llorarse las mentiras</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>sino cantarse las verdades.<br /><br />Mario Benedetti</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"> </div></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Poesia e imagens garimpadas no </span><a href="http://www.flickr.com/"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">www.flickr.com</span></a><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">. Perfeitas para o momento.</span>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-55391254244456637552008-04-04T11:22:00.000-07:002010-08-20T10:06:15.954-07:00<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmr25uCLxJvLPzP1HnhqG81jlTVplAHMMwRgMkSODqwKZbx7jKcXVZNGrOHkKf-kDXTyx2EHVRMRcyZIBTtShG9Fsw_DJINO1bBY9d2sBE2utH6QANa2uKptbRZFMCwcplFklYIQ/s1600-h/nresende%20ibituruna%206.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; DISPLAY: block; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5185456594969853442" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmr25uCLxJvLPzP1HnhqG81jlTVplAHMMwRgMkSODqwKZbx7jKcXVZNGrOHkKf-kDXTyx2EHVRMRcyZIBTtShG9Fsw_DJINO1bBY9d2sBE2utH6QANa2uKptbRZFMCwcplFklYIQ/s400/nresende%2520ibituruna%25206.jpg" /></a><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong> Beber a vida num trago, e nesse trago</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Todas as sensações que a vida dá</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Em todas as suas formas [...]<br /></strong>(Fernando Pessoa)</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><br /></span><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">A foto foi tirada do alto da Ibituruna, na minha terrinha. Garimpada no orkut.</span></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-82236446603081841482008-04-04T11:12:00.000-07:002010-08-20T10:05:55.462-07:00Por você, faria isso mil vezes.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrdCU8XrpnysrqgLY2T8aUJU3DZYsnKRgaBfflDvC_kWjecaAt0AAUSuxKv1lwhWQTtweCI0kCpT0zQ9FS1V5SJ4gwuNByhILW7hugLEYtV7T-OrLXD4noIS9k2mABcrZRg-iDOQ/s1600-h/pipa.0"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; DISPLAY: block; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5185457874870107666" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrdCU8XrpnysrqgLY2T8aUJU3DZYsnKRgaBfflDvC_kWjecaAt0AAUSuxKv1lwhWQTtweCI0kCpT0zQ9FS1V5SJ4gwuNByhILW7hugLEYtV7T-OrLXD4noIS9k2mABcrZRg-iDOQ/s400/pipa.0" /></a><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">"- Quanto tempo demora? - perguntou ele.</span><br /><div><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">- Não sei. Um pouco.</span></div><div><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Sohrab deu de ombros e voltou a sorrir, desta vez era um sorriso mais largo.</span></div><div><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">- Não tem importância. <strong>Posso esperar.</strong> É que nem maçã ácida.</span></div><div><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">- Maçã ácida?</span></div><div><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">- Um dia, quando eu era bem pequenininho mesmo, trepei em uma árvore e comi uma daquelas maçãs verdes, ácidas. Minha barriga inchou e ficou dura feito um tambor. Doeu à beça. A mãe disse que, se eu tivesse esperado as maçãs amadurecerem, não teria ficado doente. Agora, <strong>quando quero alguma coisa de verdade</strong> tento lembrar do que ela disse sobre as maçãs."</span></div><div><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"></span></div><br /><div><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini</span></div><div><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span></div><br /><div><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">Hum, a mesnagem é linda, mas a prática... :D</span></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-72564791481579690792008-02-22T10:01:00.000-08:002010-08-20T10:03:48.737-07:00Fiozinho D'Água<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirxi-6s7OsjyH9nx7pu3uFDeS_Q-eIbrMG_aPlYbgZoo40I17ENZjoN6i-m91vWH8fNuUJ5LRtx5WmpuZoweFkaH8Xp9PAh5E9ifCcbukMdyznKyPeTvbplQzaC5RUeBGoli5l9Q/s1600-h/cachoeira+pequena+(carla).jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; FLOAT: right; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5169870689243731746" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirxi-6s7OsjyH9nx7pu3uFDeS_Q-eIbrMG_aPlYbgZoo40I17ENZjoN6i-m91vWH8fNuUJ5LRtx5WmpuZoweFkaH8Xp9PAh5E9ifCcbukMdyznKyPeTvbplQzaC5RUeBGoli5l9Q/s400/cachoeira+pequena+(carla).jpg" /></a><br /><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong></strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Um fiozinho d' água</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Desviou de um riacho</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Veio vindo serra abaixo</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>E passou no meu pomar,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Encontrou uma pedra</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Ficou sua companheira</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Brincaram de cachoeira</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>E aqui ficaram pra morar,</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>E hoje da janela</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Eu contemplo a cachoeirinha</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Que ficou minha vizinha</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Desde que a vi nascer</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Seu murmúrio doce</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>É um verdadeiro canto</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>É quem me serve de acalanto</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Para eu adormecer</strong></span></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span></strong></div><div align="center"><strong><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;">(João Pacífico)</span></strong></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-29599663.post-27955592610966860662008-02-19T09:07:00.000-08:002010-08-20T10:03:10.600-07:00Tão Sutilmente<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiKKnfY6IkVtbO_U-iBJIXpPy2XN2Wn-yTh_CdzrkhjOi1veOV5pcxOe6aXqCzhyphenhyphen3hId9II1weqyWV5cDft794gda5rjesNYm0r7fuGYb1mG86dZVtXUBnYN7Qiz3iNihhieYruw/s1600-h/chuva+na+mão+Lary+Teles.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; DISPLAY: block; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5168739334728423170" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiKKnfY6IkVtbO_U-iBJIXpPy2XN2Wn-yTh_CdzrkhjOi1veOV5pcxOe6aXqCzhyphenhyphen3hId9II1weqyWV5cDft794gda5rjesNYm0r7fuGYb1mG86dZVtXUBnYN7Qiz3iNihhieYruw/s400/chuva+na+m%C3%A3o+Lary+Teles.jpg" /></a><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Tão sutilmente em tantos breves anos</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">foram se trocando sobre os muros</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">mais que desigualdades, semelhanças,</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">que aos poucos dois são um, sem que no entanto</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">deixem de ser plurais:</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Presenças, solidões que vão tecendo a vida,</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">o filho que se faz, uma árvore plantada,</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>o tempo gotejando do telhado.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;"><strong>o pó de um cotidiano desencanto.</strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"><strong></strong></span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">que uma em outra pode se trocar,</span></div><div align="center"><span style="font-family:verdana;font-size:85%;">sem que alguém de fora o percebesse nunca.</span></div><div align="center"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"></span></div><div align="center"><span style="font-family:Verdana;font-size:85%;"><a href="http://br.geocities.com/jerusalem_14/lyaluft.html">Lya Luft</a></span></div>Karinahttp://www.blogger.com/profile/03081603238965241669noreply@blogger.com2